VOCÊ SABIA? A construção civil é reconhecida como uma das atividades que exercem maior impacto ambiental em nosso planeta. Segundo dados das Nações Unidas, a construção consome 40% de toda energia, extrai 30% dos materiais do meio natural, gera 25% dos resíduos sólidos, consome 25% da água e ocupa 12% das terras. Ela também é responsável por aproximadamente 1/3 das Emissões de Gases de Efeito Estufa. Em diversos países as emissões das edificações acontecem majoritariamente na etapa de uso e ocupação, chegando a 90% em decorrência de sistemas de aquecimento, condicionamento de ar, ventilação, iluminação e equipamentos. Mas o Brasil ainda possui uma matriz energética relativamente limpa com relação a outros países: a maior parte da energia é gerada em usinas hidroelétricas, cujas emissões são bem menores se comparadas à energia gerada por queima de derivados de petróleo, carvão, gás, etc. Isso faz com que, no Brasil, as emissões ao longo da construção, incluindo a extração, processamento, fabricação e transportes dos materiais, ganhem importância. DADOS APAVORANTES, NÃO ACHA?
Por isso precisamos repensar o modo como construímos e utilizamos nossas edificações e espaços urbanos. A busca por um projeto sustentável vai além do aproveitamento de água de chuva, da ventilação natural e do uso da energia solar.
Para receber a credencial de empreendimento sustentável, o projeto precisa ser ambientalmente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito. Com base nos números acima, vemos que o setor da construção civil tem papel fundamental para a realização dos objetivos globais do desenvolvimento sustentável.
A começar pela contratação dos profissionais para a elaboração do projeto até a sua ocupação, a edificação deve ser sustentável. Na maioria das vezes, o cliente procura o arquiteto somente após a compra do terreno, o que dificulta a primeira etapa para a sustentabilidade do empreendimento. O cliente pode contratar uma consultoria para indicação dos melhores terrenos para a implantação da obra. Pois muitas vezes, esta primeira escolha se torna decisiva para o sucesso do processo. Passada a etapa de escolha do terreno, iniciamos o planejamento da obra, ou seja, a sua implantação, programa de necessidades e anteprojeto. Esta fase também é de suma importância para o futuro da edificação, o posicionamento dos espaços e de seus elementos de iluminação e ventilação naturais. A escolha de materiais e elementos construtivos deve levar em consideração o caminho percorrido desde a extração da matéria prima, passando pela fabricação e transporte até o local da obra, assim podemos determinar a “PEGADA DE CARBONO” ou “FOOTPRINT” que os matérias produzem. Reduzir a “PEGADA DE CARBONO” de nossa edificação é um dos grandes desafios da construção civil da atualidade!
Para reduzir o uso dos recursos naturais e energéticos precisamos pensar também na gestão e uso da nossa edificação, gestão da água, energia elétrica, efluentes cloacais e até mesmo na gestão paisagística de nossa edificação. Por exemplo, um jardim funcional, ou seja, aliar o paisagismo ao plantio de árvores frutíferas, hortaliças e demais plantas que podemos utilizar para consumo próprio reduz a nossa “PEGADA DE CARBONO” na hora de cuidarmos de nossa alimentação, além de proporcionar mais saúde para nossa família. PENSE NISSO!!